O preconceito contra mulheres e a comunidade LGBTQIA+

Não é nenhuma novidade a nós que a violência existe desde nossos primórdios, também não é nenhuma novidade que ela se faz presente nas nossas vidas até hoje, afinal, os grandes momentos pelos quais o mundo passou tiveram ela como principal convidada. No entanto ela não se deteve apenas aos grandes conflitos e revoluções mundiais, ela acontece dentro das próprias casas, nas ruas, escolas, no trabalho e em qualquer outro lugar onde o ser humano habita. Durante muito tempo a violência contra mulheres e homossexuais era praticada e silenciada, a mulher não possuía direitos e sofria agressões do próprio companheiro, enquanto o homossexual era excluído, e em alguns casos submetido a tratamentos de choque para a “cura” da sua homossexualidade. Atitudes detestáveis feitas por pessoas sem escrúpulo algum guiadas por crenças que consideravam o diferente algo ruim. Apesar de essas minorias terem conquistado direitos e leis protetivas, o preconceito ainda existe graças a essa sociedade marcada pelo machismo.

A violência contra mulher é uma das principais formas de violação de direitos humanos e se manifesta de diversas formas, o próprio conceito definido na Convenção de Belém do Pará (1994), define a violência contra a mulher como “qualquer ação ou conduta baseada no gênero, que cause a morte, dano ou sofrimento físico, sexual ou psicológico à mulher”. Um dos principais tipos de violência contra a mulher ocorre dentro da própria casa, praticada por pessoas próximas e de várias maneiras, seja ela física, psicológicas e verbais. Dados da Organização mundial da saúde, o Brasil está entre os dez países com maior número de homicídios femininos e que 90% dos casos, o homicídio é cometido por homens que convivia com a mulher.

De acordo com o fórum Brasileiro de segurança pública, em 2018, a maioria das vítimas de feminicídio foram mulheres, negras, com baixa escolaridade e idade entre 30 e 39 anos. O panorama apresentado pelo fórum de segurança pública foi de: 1,206 feminicídios, 263,067 casos de violência corporal dolosa e 66,041 estupros. Essas estatísticas significam que a cada 7 horas, uma mulher é assassinada no Brasil, a cada 2 minutos, há um registro de lesão corporal, ocorre 180 estrupo por dia no Brasil, mais da metade contra menores de 13 anos, lembrando que esses são apenas casos notificados.

A aceitação da mulher na sociedade não foi algo fácil, pois, seu histórico é de grandes lutas para a conquista de seus direitos.  Um marco histórico da mulher foi na Idade Média onde eram tratadas como bruxas aquelas que iam contra o “tradicional”, essa época foi um verdadeiro genocídio praticado na Europa e nas Américas onde o a sociedade se revoltava com elas a ponto de serem queimadas em praças públicas. No final do período medieval passaram a assumir papeis importantes que contribuíram para o desenvolvimento econômico das cidades naquela época, porém, mesmo com essa contribuição ainda eram restritas de vários espaços onde eram frequentados por figuras masculinas. Da mesma forma ocorreu no Período Renascentista, o trabalho exercido pelo sexo feminino era bastante, mas, elas não deixavam de trabalhar, pois, era uma necessidade de sobrevivência. Seus salários eram inferiores à dos homens. Com a chegada do século XIX veio também o capitalismo que trouxe consequências para a esfera feminina, com a industrialização, as mulheres trabalhavam e setores fabril e sempre suas atividades eram parecidas com os serviços domésticos e com condições degradantes. A justificativa para que ganhavam menos que o sexo masculino era que elas tinham que ter alguém que as sustentassem que no caso eram os homens.

A LGBTfobia não é um assunto novo, mas com certeza ganhou mais destaque nos dias atuais, o que é bastante necessário considerando que a violência no Brasil vê aumentando progressivamente. Uma pesquisa feita entre 2015 e 2017 pelo SUS (sistema único de saúde), relatou que a cada uma hora um LGBT é agredido no Brasil, foram registradas 24.564 notificações de violência contra essa população, o que da em média mais de 22 notificações por dia e aproximadamente 1 por hora. Os pesquisadores afirmam que esses dados na realidade são maiores, pois boa parte não denuncia, o que é ainda mais alarmante. De todas as agressões registradas, mais da metade são cometidas contra negros, na adolescência é ainda maior com 57% dos LGBT’s de 10 a 14 anos sendo pardos ou negros. Pesquisadores ressaltam que além do gênero, a raça e a classe são tópicos relevantes na analisa da violência contra LGBT´s. De acordo com estudos, para cada cinco gays e transgêneros mortos no mundo, quatro são brasileiros, isso faz com que o país fique no topo dos países mais homofóbicos do mundo, sendo considerado o campeão mundial de homicídios de homossexuais. O que é um absurdo considerando o fato de que já estamos em 2021 e as pessoas continuam fortemente ligadas a ideias antigas de como ou quem uma pessoa pode ou não amar. É vergonhoso que o seu país seja campeão em algo tão ruim e desumano, enquanto ele tem um potencial gigante para ser algo bem melhor.

Em 1886, o sexólogo Richard Von Krafft-Ebing propôs que a homossexualidade era causada por uma “inversão congênita" que ocorria durante o nascimento ou era adquirida pelo indivíduo, colocando-a em sua obra Psychopathia Sexualis. Alguns anos depois, em 1952, a Associação Americana de Psiquiatria, publicou em seu primeiro Manual Diagnóstico e Estatístico de Transtornos Mentais, que a homossexualidade era uma desordem, isso fez com que a opção sexual fosse estudada por cientista, que buscaram diversas formas, mas falharam ao tentarem comprovar que a homossexualidade era cientificamente um distúrbio mental. Sem uma comprovação a Associação Americana de Psiquiatria acabou retirando a homossexualidade da lista de transtornos mentais em 1973, e orientaram os profissionais a não continuarem com esse tipo de pensamento, assim, evitando preconceito e estigmas falsos. Já a (OMS) Organização Mundial de Saúde, colocou o homossexualismo na classificação internacional de doenças em 1977, como uma doença mental, mas em 1990 ele foi retirado. Por isso, o dia 17 de maio é considerado como Dia Internacional contra a Homofobia. Mesmo depois disso, cada país e cultura que trata a homossexualidade de forma diferente, o Brasil, por exemplo, deixou de considerar a opção sexual como doença ainda em 1985, um pouco antes que a OMS.

Tendo em vista o que foi exposto, pôde-se perceber que não é de hoje que mulheres e a comunidade LGBT vêm sofrendo incessantes ataques, que são frutos de uma sociedade machista é patriarcal. Devido a esses ataques, foram criadas leis a fim de resguardar a integridade física dos mesmos. Alguns exemplos dessas leis, é a lei do feminicídio e a lei Maria da Penha, exclusiva para mulheres. Já a comunidade LGBT, conta com as leis que autorizam a união e o casamento civil, a adoção de crianças e adolescentes, alteração do nome no registro civil, entre outros. Agora cabe a população respeitar essas leis e as autoridades fiscalizaram para que essas leis sejam cumpridas corretamente.



Discentes: Ana Laura Araújo, Deikiany Santana,  Julianny Brito, Luana Cristina Fontes e Maria Eduarda Pimentel. 

2° ano de Química

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